O Capteur Soleil, criado
pelo francês Jean Boubour, foto: Rice University
Esterilizar
utensílios médicos tem sido um desafio de longa data em países
subdesenvolvidos, pelo menos nas clínicas localizadas em áreas não abastecidas
por energia. Mas um equipamento criado pelos estudantes de engenharia da Rice
University, nos Estados Unidos, pode ser a solução para esse problema. Eles
adaptaram a tecnologia Capteur Soleil a uma autoclave – aparelho que
utiliza vapor de água sob pressão para a esterilização –, conseguindo captar
luz solar para alimentá-la.
Criado
há quase três décadas pelo inventor francês Jean Boubour, o Capteur Soleil é
constituído por uma tubulação de aço emoldurada no formato de um “A” com uma
camada de espelhos curvos na parte inferior. Esses espelhos redirecionam a
luz solar para um tubo no vértice da moldura por onde passa água, que, com o
calor, é transformada em vapor.
Em
vez de bombear o vapor direto para a autoclave, a ideia inovadora do time de
pesquisadores foi usá-lo para aquecer uma placa condutora desenvolvida
especialmente para o projeto, que funciona basicamente como a chapa de um fogão
elétrico e pode ser aproveitada até para cozinhar. O calor da placa então
é usado para aquecer a autoclave, uma espécie de panela de pressão dentro da
qual é colocado um compartimento com furos no fundo. Basta pôr água na “panela”
e depositar os instrumentos médicos dentro desse compartimento para dar início
à esterilização.
De
acordo com o padrão estabelecido pelos Centers for Disease Control and
Prevention dos Estados Unidos, para que esse procedimento seja bem sucedido é
preciso que os utensílios sejam mantidos a uma temperatura de 121oC por pelo menos 30 minutos. Mas, utilizando a tecnologia
criada por Boubour, esse processo pode ser um pouquinho demorado. Segundo Sam
Major, um dos engenheiros envolvidos no projeto, com o sol forte do meio dia, o
equipamento demora de 40 minutos a uma hora para começar a aquecer
significativamente a autoclave.
E
não pense que o Capteur Soleil tem sido empregado só para esse fim. Uma versão
dele está sendo usada no Haiti como um fogão solar.
Por
Luana Caires
http://www.oecocidades.com/
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