Para iniciar as comemorações pelo Dia
Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), a equipe da A3P (Agenda Ambiental
na Administração Pública) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem
mobilizando seus servidores, desde o dia 23 de maio até 3 de junho, a
trazerem de casa o óleo de cozinha usado acondicionado em garrafas
plásticas, como embalagens de produtos de limpeza e de refrigerantes. O
objetivo é contribuir para a destinação apropriada desse resíduo e
mostrar que há alternativas de reutilização que podem gerar emprego e
renda para populações carentes.
Prova disso é o projeto Biguá - fruto
de ação conjunta entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito
Federal (Caesb) e a Administração Regional do Varjão (região
administrativa do Distrito Federal) -, que, desde 2007, mobiliza
comunidades de baixa renda a praticarem atividades voltadas à
recuperação e reciclagem de resíduos, e receberá todo o óleo coletado no
MMA.
O projeto recolhe o óleo doado pela
comunidade do Distrito Federal e destina-o como matéria prima a grupos
de mulheres que o transformam em sabão. Esse apoio é firmado após a
realização de curso para fabricação do sabão e conscientização das
artesãs quanto aos danos causados pelo derramamento de óleo nas redes de
esgotos. Isso faz com que a cadeia de descarte do óleo de uso doméstico
seja quebrada e, consequentemente, a quantidade deste resíduo despejado
no esgoto a ser tratado diminua.
A partir do Projeto, 50 pessoas
começaram a trabalhar na fabricação de sabão, com geração de renda de
mais de R$ 73 mil. Outras 30 artesãs já fizeram a oficina e, aos poucos,
serão inseridas no Projeto. Desde 2007, a Caesb coletou 6.100 litros de
óleo e as artesãs outros 2.400 litros. Segundo a Caesb, esse volume de
óleo deixou de poluir 1.180.000 m³ de água, o que representa 0,24% do
volume total de água do Lago Paranoá.
Além disso, com o crescimento do
projeto e o aumento das doações de óleo, a Caesb firmou parceria com a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para reaproveitar o
resíduo na produção de biodiesel, combustível que abastece inclusive a
frota de veículos da Caesb.
Danos - Para
quem ainda não sabe, o descarte inadequado do óleo usado na pia da
cozinha gera impacto direto nas redes de esgoto, que incorpora parte
desses resíduos desnecessariamente. Isso reduz a eficiência do processo
de tratamento da água, o que aumenta os riscos ao meio ambiente e à
qualidade de vida.
Informações da Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que um litro de óleo
polui 200 litros de água, provocando danos ambientais desde seu primeiro
contato com o local de descarte.
A3P - A iniciativa do
MMA faz parte da campanha interna "De quem é a responsabilidade?",
iniciada pela A3P em 2009, com o objetivo de sensibilizar servidores e
trabalhadores em geral do MMA a reduzirem o descarte inadequado deste
tipo de resíduo e a adotarem práticas socioambientais.
Essa foi apenas a primeira ação do
Ministério neste ano com seu público interno e muitas outras estão por
vir para aumentar a conscientização sobre a destinação ambiental mais
correta dos resíduos, principalmente agora que o Brasil possui uma
Política Nacional de Resíduos Sólidos (sancionada no final de 2010), e
que o País se prepara para implantar a coleta seletiva, a logística
reversa e acabar de vez com os lixões, substituindo-os por aterros
sanitários até 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário