Traficante de fauna foi autuado pelo Ibama e multado em R$ 65 mil por
transporte ilegal de fauna e remessa de material genético ao exterior
na madrugada de hoje no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em
Brasília.
O infrator tentava entrar em Portugal com 30 ovos de aves sem
documentação quando foi pego pela alfândega portuguesa no aeroporto de
Lisboa. Portugal comunicou o caso ao Ibama e repatriou o cidadão
brasileiro, que chegou em Brasília por volta de cinco horas da manhã.
Após a autuação, ele foi conduzido para a delegacia da Polícia Federal
para prestar esclarecimentos e deve responder a inquérito criminal por
tráfico internacional de fauna, além do processo administrativo.
Durante a autuação, o infrator confessou ao Ibama o crime e disse que
um cidadão português já o aguardava em Lisboa para receber os ovos,
que, segundo ele, são de papagaios. O infrator declarou que recebeu
parte do pagamento antecipado e que o restante lhe seria dado após
fechado o negócio. Em levantamento feito pelo Ibama, verificou-se que o
infrator possui familiares que já foram autuados pelo Ibama por crimes
contra fauna no Tocantins.
No momento em que o traficante foi pego, os ovos estavam presos à sua
cintura, envolvidos em meia-calça. Os ovos permaneceram em Portugal e
foram levados para o zoológico de Lisboa, onde ficarão em uma encubadora
até o nascimento das aves e deverão ser enviadas ao Brasil
posteriormente. Caso tivessem sido enviados imediatamento ao Brasil, os
ovos poderiam sofrer com a falta de cuidados estragar durante a viagem.
As espécie traficadas constam nos anexos da Cites (Convention on
International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora),
convenção da qual o Brasil e Portugal são signatários. “Qualquer remessa
de fauna ao exterior sem autorização é infração grave e será combatida
pelo Ibama”, afirmou o coordenador-geral de fiscalização ambiental do
Ibama, Bruno Barbosa.
Segundo o coordenador-geral, a participação do governo português foi
fundamental para a identificação dessa rede de tráfico e permitiu que o
Ibama pudesse combatê-la. “Isso reflete os esforços do Ibama para
fortalecer os laços com órgãos ambientais de outros países com objetivo
de combater crimes ambientais”, completou Bruno.
Talitha Monfort Pires
Ascom/Ibama
Fotos: Governo de Portugal
Ascom/Ibama
Fotos: Governo de Portugal
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