A secretaria do meio-ambiente do Estado do Rio de
Janeiro anunciou no final da terça-feira que decidiu embargar a obra de
ampliação da Companhia Siderúrgica do Atlântico, uma parceria do grupo alemão
Thyssenkrupp com a Vale.
Segundo comunicado da secretaria
à imprensa, "a companhia estava construindo sua terceira coqueria, local
onde é produzido o coque, resíduo proveniente da queima de carvão mineral (...)
a ampliação ficará embargada até que siderúrgica cumpra todos os condicionantes
socioambientais para funcionar". A usina da CSA está instalada em Santa
Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A secretaria exige que a
siderúrgica promova obras para cobrir um poço de emergência, que "em caso
de novos acidentes, pode emitir na atmosfera a chamada 'nuvem de prata',
fuligem que contém 70 por cento de carbono e 30 por cento de ferro, causando
danos à saúde dos trabalhadores e moradores da região". Segundo o órgão, a
cobertura do poço reduzirá a emissão do poluente em 90 por cento.
Representantes da CSA não estavam
imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
"A empresa deveria contar
com um sistema alternativo de redução de risco de acidentes, mas não tem a
ligotadeira. Hoje, ela opera só com o poço de emergência. Está errado e não
pactuaremos com isso", afirma o secretário do meio-ambiente fluminense,
Carlos Minc. "A siderúrgica não tem licença definitiva. Caso nossas
exigências não sejam atendidas, ela vai parar de operar."
Desde o início das operações, a
CSA já foi multada duas vezes: 1,2 milhão de reais, em agosto de 2010, e 2,4
milhões de reais em janeiro deste ano e foi obrigada a investir cerca de 14
milhões de reais na área de saúde e infraestrutura. Após os incidentes, a
empresa aceitou a implantação de uma câmera dentro de sua usina que é
monitorada pelo Inea.
Um acidente do final de 2010, que
originou a multa de janeiro, obrigou a empresa a descartar ferro gusa nos poços
de emergência, produzindo partículas que foram espalhadas pelo vento no entorno
da usina. A poeira de grafite acabou sendo arrastada para as comunidades
vizinhas.
A CSA tem capacidade para
produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço voltadas para exportação por
ano e custou 5,2 bilhões de euros.
(Por Alberto Alerigi Jr)
Fonte:
Leia mais sobre esse assunto em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/11/secretaria-do-meio-ambiente-do-rio-embarga-ampliacao-da-csa-924431695.asp#ixzz1M3ng2nza
Nenhum comentário:
Postar um comentário