Ativistas do
Greenpeace estendem faixa alertando para o perigo nuclear do transporte de
urânio concentrado (yellow cake) pelas ruas de Salvador. Um comboio com 14
caminhões levaram cerca de 200 toneladas de yellow cake, na madrugada desta
sexta-feira (14/11), de Caetité até o porto de Salvador. O material embarcou em
um navio e será levado para o Canadá, onde iniciará o processo de
enriquecimento para ser usado posteriormente como combustível das usinas
nucleares brasileiras de Angra dos Reis.
Um
comboio de 14 caminhões carregados com cerca de 200 toneladas de urânio
concentrado (yellow cake) chegou na madrugada desta sexta-feira ao porto de
Salvador depois de percorrer mais de 700 quilômetros desde Caetité (BA), onde é
realizada a mineração e beneficiamento do material. O comboio passou por cerca
de 40 povoados e municípios baianos. Ativistas do Greenpeace testemunharam o
transporte e estenderam faixa na avenida Bonocô, em Salvador, parte final do
trajeto do urânio de Caetité até o porto, alertando para o perigo nuclear.
O
Greenpeace demarcou, no final de outubro, cerca de cinco quilômetros da
avenida Bonocô com símbolos nucleares pintados no asfalto e placas afixadas em
postes. O trecho foi percorrido nesta sexta-feira pelo comboio que trouxe o
yellow cake de Caetité.
Esse
foi o segundo transporte de urânio ocorrido este ano. Ele foi atrasado por
mais de duas semanas pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB),
devido a problemas técnicos e questões de segurança, segundo fontes do
Greenpeace em Caetité.
O
Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Companhia Docas (responsável
pelo porto de Salvador) e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) informando que, em
caso de qualquer acidente com o material radioativo transportado, eles seriam
responsabilizados.
O
Greenpeace denunciou, em 16 de outubro, a contaminação por urânio da
água em Caetité em áreas de influência da INB, exigindo uma investigação
independente dos impactos da mineração de urânio no local sobre a vida das
pessoas e o meio ambiente da região. Em audiência pública realizada no dia 7 de
novembro, em Caetité, o MPF da Bahia determinou a realização de uma auditoria
independente justamente para que esses impactos fossem avaliados.
"Somos
contra o transporte desse material, que coloca em risco a vida de milhares de
pessoas que vivem nos povoados e cidades localizados na rota do transporte do
urânio", afirma Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de Energia Nuclear
do Greenpeace.
Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/testemunhamos-o-transporte-de/
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