O
Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo. E esse padrão deve
ser mantido, mesmo com o desenvolvimento econômico previsto para os
próximos anos. Para isso, o Governo Federal incentiva projetos de
energia solar para aquecimento da água, aproveitamento dos ventos, da
biomassa e das ondas do mar.
"É
importante montar estratégias de consumo energético que também
contribuam para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, mantendo o
crescimento econômico", observa o secretário de Mudanças Climáticas do
MMA, Eduardo Assad.
As
alternativas energéticas à produção são importantes para evitar o
aumento da participação das fontes fósseis de energia. O esforço
nacional é chegar a 2020 com o mesmo padrão de emissões de 2005. "Há
potencial de redução do consumo de energia elétrica em até 17% nos
horários de pico, com aquecimento da água do banho por energia solar.
Estamos buscando esse caminho", afirma Eduardo Assad.
Opções populares -
Por meio da Portaria 238, de 21 de junho de 2009, o MMA criou um grupo
de trabalho para incentivar o uso de Sistemas de Aquecimento Solar de
Água, incluindo os conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha
Vida.
A
meta estipulada é de 15 milhões de m² de áreas com coletores solares
até 2015. Hoje são 6,24 milhões de m². "Para tanto, as linhas de atuação
são políticas públicas que incluam gestões junto a programas
governamentais como o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC), além do foco na criação de 'empregos verdes' e
inovação tecnológica, por exemplo", explica o secretário.
Já
foi alcançada a primeira meta de 40 mil unidades habitacionais com os
sistemas de aquecimento solar. Para a segunda fase, deve se atingir
outras 260 mil. "Acho que os coletores solares para aquecimento de água
são viáveis, e podem reduzir o consumo de energia elétrica, com bom
resultado na conta de luz", diz Assad. "O Minha Casa Minha Vida é um
programa que está adotando a energia solar, e o Fundo Clima está
apoiando. Na área de inovação tecnológica também. Sem ciência e
tecnologia, o País não cresce."
O
secretário enfatiza a importância da conscientização, que é uma das
soluções, aliada a fortes campanhas educativas, além da apresentação de
projetos factíveis. "E a energia solar é fundamental."
Infraestrutura -
O Ministério do Meio Ambiente firmou contrato com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aplicação de R$
233.727.463,00 previstos no Orçamento da União, por meio do Fundo
Nacional sobre Mudança do Clima, para incentivar a economia de baixo
carbono no País. As primeiras chamadas públicas e editais já foram
publicados.
O
BNDES vai operar linhas de crédito reembolsáveis a governos, empresas
públicas ou privadas para a redução de emissões de gases-estufa e também
de adaptações a situações provocadas por mudanças climáticas. Entre os
temas prioritários estão projetos para a geração de energia renovável.
Há
previsão para o desenvolvimento tecnológico e cadeia produtiva de
energia solar para todo o Brasil. Mas, especialmente para as regiões sem
acesso ao sistema integrado de energia elétrica (como áreas do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste), existem recursos a serem liberados para
geração e distribuição local de energias eólica, de biomassa e marés.
"Existem
no Fundo Clima dois tipos de financiamentos: não reembolsáveis e
reembolsáveis. No primeiro tipo, serão estimulados estudos de potencial
de utilização e incentivo à busca de novos materiais, incluindo a
geração de energia por células fotovoltaicas (onde a energia solar é
transformada em energia elétrica). O segundo incentiva a ampliação do
uso de coletores solares, principalmente para aquecimento de água",
detalha o secretário Assad.
O
Fundo Clima possibilita, inclusive, acesso a crédito para indústrias
que invistam na compra de máquinas e equipamentos de melhor eficiência
energética. E ainda para o setor de energia com uso de resíduos sólidos
nas 12 capitais metropolitanas que sediarão os jogos da Copa do Mundo em
2014.
Sustentabilidade -
Um dos maiores desafios do planeta é o desenvolvimento com
sustentabilidade. Estudos científicos indicam um limite de aumento de 2°
C na temperatura mundial. "A partir desse patamar, será muito difícil
voltar à situação de, por exemplo, 350 ppm de CO² na atmosfera. Hoje
estamos chegando a 400 ppm. O limite seria algo próximo de 450 a 500
ppm", enfatiza Eduardo Assad.
Os
reflexos poderão ser reduções na produção agrícola, aumento da
vulnerabilidade das regiões costeiras e mais riscos de desastres
naturais, com consequente impacto na saúde. A meta é deixar de emitir
até 1,2 bilhão de toneladas de CO² até 2020, com reduções de até 38%.
O
secretário, que há 25 anos trabalha com mudanças climáticas, afirma que
os impactos ainda são controláveis, mas já se observam eventos extremos
de temperatura e de chuva, que podem estar diretamente influenciados
pelo aquecimento global.
Fonte: InforMMA
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