No dia em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou a volta do desmatamento na Amazônia,
o deputado federal Raimundo Coimbra Júnior (PMDB-TO) foi flagrado
colocando fogo em 153 hectares de mata nativa para aumentar a área de
pastagens de sua fazenda, no Estado do Pará, revelou o jornal O Globo.
Coimbra Júnior é dono da fazenda Vale da Cachoeira, em São Félix do
Xingu, junto à Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu. Nesta
propriedade, avaliada em R$ 2 milhões, o deputado mantém 800 cabeças de
gado.
O desmatamento ilegal foi descoberto por fiscais do Ibama por meio de
imagens de satélite e rendeu ao deputado uma multa de R$ 3 milhões.
Além de ser autuado, o deputado teve cinco motosserras apreendidas em
sua propriedade, além de ter embargadas as atividades que impedem a
regeneração das florestas, como a pecuária.
Esta não é a primeira vez que o deputado Coimbra Júnior foi autuado
por crimes ambientais. Em 2005, ele levou duas multas: uma no valor de
R$ 436,9 mil e outra de R$ 291,3 mil.
Atualmente, São Félix do Xingu é o município líder em desmatamentos ilegais no Pará.
Legislando em causa própria
O deputado Raimundo Coimbra Júnior fez parte da bancada da Câmara que
votou a favor das mudanças no Código Florestal. O novo texto prevê a
anistia aos desmatadores e atende aos interesses da ala ruralista do
Congresso Nacional.
O texto, agora, está em tramitação no Senado. Mas, aparentemente, a
primeira vitória na Câmara dos Deputados elevou os ânimos dos ruralistas
e dos desmatadores. Os dados do Inpe divulgados ontem revelaram que a
Amazônia perdeu 312 km2 de florestas em junho deste ano, 28% a mais que no mesmo período de 2010.
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