Grupos de moradores se unem para
evitar a extinção de praças importantes nos bairros. A boa notícia: vários
deles estão ganhando essa Guerra
Uma área de quase 17 000 metros quadrados encravada
no coração da Vila Prudente foi objeto de uma grande disputa nos últimos meses.
De um lado estava a construtora Tecnisa, que arrematou o terreno para
transformá-lo num condomínio com quatro torres residenciais. Do outro, um grupo
de moradores do bairro, inconformado com a possibilidade de perder um dos raros
oásis verdes existentes naquela região. Originalmente, havia ali uma chácara de
uma família de imigrantes alemães. Com o passar do tempo, os herdeiros dos proprietários
permitiram que outros paulistanos adotassem informalmente o local - até
casamentos foram realizados por lá. Diante da ameaça de ficar sem o espaço, que
abriga quase 500 árvores e trinta espécies de aves, os vizinhos encaminharam à
prefeitura um abaixo-assinado com mais de 2 000 assinaturas e fizeram pressão
na Câmara dos Vereadores. No fim do ano passado, um decreto publicado no Diário
Oficial lhes deu ganho de causa, transformando o terreno num parque municipal.
Agora, faltam apenas a desapropriação e a execução da medida, ainda sem prazos
definidos. "Mas a vitória já está garantida", afirma Fernando Sálvio,
um dos líderes do movimento.
A batalha ganha pelos moradores da Vila Prudente contra a construtora inspira outros grupos de diferentes regiões da cidade a entrar em brigas semelhantes. "As pessoas perceberam a importância de tomar partido nessa causa", diz o ambientalista Ricardo Cardim. É um tipo de luta que interessa a toda a população. Segundo dados da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a capital tem menos de 40% do território coberto por vegetação (a maior parte concentrada nos distritos de Parelheiros, Capela do Socorro e M’Boi Mirim). Uma das promessas da prefeitura é aumentar em quase 30% a área atual dos parques até o próximo ano. Nesse contexto, crescem as chances de conseguir o tombamento de uma área verde. No decorrer de um processo desse tipo, são levados em conta fatores como a importância histórica do terreno e a riqueza de sua fauna e flora.
A batalha ganha pelos moradores da Vila Prudente contra a construtora inspira outros grupos de diferentes regiões da cidade a entrar em brigas semelhantes. "As pessoas perceberam a importância de tomar partido nessa causa", diz o ambientalista Ricardo Cardim. É um tipo de luta que interessa a toda a população. Segundo dados da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a capital tem menos de 40% do território coberto por vegetação (a maior parte concentrada nos distritos de Parelheiros, Capela do Socorro e M’Boi Mirim). Uma das promessas da prefeitura é aumentar em quase 30% a área atual dos parques até o próximo ano. Nesse contexto, crescem as chances de conseguir o tombamento de uma área verde. No decorrer de um processo desse tipo, são levados em conta fatores como a importância histórica do terreno e a riqueza de sua fauna e flora.
Na Mooca, uma grande mobilização tenta no momento
salvar uma praça de 4 500 metros quadrados localizada no centro de um conjunto
com dezessete edifícios. Ela foi adotada pelos moradores desde a construção do
complexo, em 1949, e é aberta a todas as pessoas que desejem utilizá-la. Os
vizinhos bancam os 1 500 reais mensais necessários para sua manutenção e
fizeram várias benfeitorias, como a instalação de um playground e de uma quadra
esportiva. Todo esse trabalho corre o risco de ir por água abaixo, pois o
terreno foi comprado no ano passado por um fundo de investimentos ligado ao
setor imobiliário. "Vamos reverter isso", acredita o engenheiro Paulo
Cavutto. Os moradores entraram com o pedido de tombamento do terreno, que já
recebeu um parecer favorável da Justiça.
Um processo parecido se desenrola no centro, onde
um grupo da vizinhança luta desde 2005 para garantir a criação do Parque
Augusta, entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá. O terreno em questão
ainda é alvo de muita especulação - de hipermercados a escolas públicas, já
foram diversos os projetos para iniciar obras no local. No início de junho, os
interessados na preservação da área vão fazer um piquenique para angariar mais
simpatizantes. "Queremos confraternizar no meio do concreto e mostrar
quanto estamos ficando asfixiados pelos prédios", avisa o professor Sérgio
Carrera, porta-voz do movimento.
A MULTIPLICAÇÃO DOS PARQUES
A MULTIPLICAÇÃO DOS PARQUES
O aumento previsto pelo projeto da prefeitura
HOJE
Número de praças - 77
Número de praças - 77
Espaço total - 15 milhões de metros quadrados
2012
Número de praças - 100
Espaço total - 24 milhões de metros
quadrados
Fonte:
Secretaria do Verde
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