Principal alvo dos efeitos
devastadores das mudanças climáticas, as cidades estão deixando de lado o papel
de vítima para vestir a farda de cobatente. O primeiro passo foi dado nesta
quarta, durante o C40 Summit, com o lançamento do primeiro relatório global de
reporte de emissões de 42 megacentros urbanos, entre eles Nova York, Berlim,
Tokio, Sydnei, Londres e São Paulo. O relatório foi divulgado pelo prefeito de
Nova York Michael Bloomberg, diretor do comitê.
O projeto inédito foi capitaneado pelo CDP (Carbon Disclosure Project), principal plataforma de reporte de emissões adotada há mais de dez anos pelas maiores companhias do mundo. Em 2010, o sistema ganhou uma versão para cidades, o CDP Cities. Segundo o relatório que compila os dados deste primeiro ano de trabalho, 69% dos maiores centros urbanos do mundo possuem programas específicos de redução de emissões.
O projeto inédito foi capitaneado pelo CDP (Carbon Disclosure Project), principal plataforma de reporte de emissões adotada há mais de dez anos pelas maiores companhias do mundo. Em 2010, o sistema ganhou uma versão para cidades, o CDP Cities. Segundo o relatório que compila os dados deste primeiro ano de trabalho, 69% dos maiores centros urbanos do mundo possuem programas específicos de redução de emissões.
"Isso demonstra que os prefeitos estão abraçando e implementando iniciativas que fortalecem as indústrias verdes e criam novos empregos, melhoram a qualidade de vida dos cidadãos e reduzem os riscos das mudanças climáticas", ressaltou Bloomberg. Para mitigar as emissões de gases efeito estufa, os governos locais concentram esforços nos setores de transporte, construção civil, energia e gerencimaento de resíduos.
Seul, na Coreira do Sul,
planeja o retrofit de 10 mil prédios existentes, segundo padrões da construção
sustentável. Tóquio planeja aumentar a eficiência energética dos grandes
empreendimentos urbanos. Austin, no Texas, quer se tornar zero-waste
(lixo-zero) até 2040, através de um eficiente sistema de coleta seletiva e de
reciclagem.A maioria das cidades (93%) reconhece um risco físico significativo
das mudanças climáticas e 79% acreditam que os impactos podem, direta ou
indiretamente, ameçar a saúde econômica da região e a capacidade das empresas
locais operararem com êxito. O Japão, por exemplo, calculou perdas em R$ 513
bilhões após o terremoto seguido de tsunami em março.
Ainda de acordo com o
relatório, 43% dos centros pesquisados disseram que já identificam e sofrem os
efeitos das mudanças climáticas. Entre as consequências relatadas estão
mudanças de temperatura, resultando em dias mais quentes, chuvas mais intensas,
aumento da gravidade das tempestades, inundações e elevação dos níveis do mar.
Outras conclusões importantes do primeiro relatório do CDP Cities incluem:
• As cidades do C40 respondem pela emissão anual de 1,2 bilhões de toneladas de CO2e, o que equivale às emissões totais de uma país como Japão ou Alemanha.
• É preciso maior
planejamento econômico para garantir o investimento financeiro necessário capaz
de atender às reduções previstas.
• 73% das cidades estão
incorporando as mudanças climáticas e seus efeitos no planejamento e
desenvolvimento urbano.
• As cidades são menos
conscientes das oportunidades do que dos riscos. Só metade das cidades afirma
esperar efeitos positivos das mudanças climáticas.
Por Vanessa Barbosa
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