Na última semana, a primeira frota de ônibus movido
a etanol chegou a São Paulo. O projeto da prefeitura inicia com 50 veículos e
tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A meta é
chegar a 2018 com toda a frota de transporte público movida a combustíveis
renováveis. Durante o anúncio, feito no Anhembi, o prefeito Gilberto Kassab não
revelou quanto será necessário investir para implementar o programa. Entretanto,
o ônibus movido a etanol custa aproximadamente R$ 400.000 - R$ 100.000 a mais
do que o movido a diesel. Além disso, o consumo também é maior: um quilômetro
por litro.
Apesar dos gastos, os valores não devem ser
repassados aos consumidor. Para o professor do Instituto de Boiciências da USP,
Marcos Buckeridge, a proposta é vista com otimismo e se houver planejamento o
preço não precisa chegar ao usuário. Entretanto, outras coisas também precisam
ser consideradas. "O motor a gasolina e diesel duram mais do que a álcool,
portanto teremos que trocar a frota com mais frequência. Assim, será necessário
que o preço desse ônibus seja reduzido. Precisaremos acompanhar e fazer testes
para ver quanto dura e quanta gasta de fato. Se a prefeitura tiver coletando
dados continuamente para uma comparação científica, no intuito de apontar
os defeitos para resolver, será um negócio importante do ponto de vista
econômico".
Além da economia, os resultados para o meio
ambiente e saúde pública também são otimistas. O uso desses veículos
representará a São Paulo redução de até 90% na quantidade de carbono emitida
pelos atuais ônibus movidos a diesel. "Significa que teremos menos gastos
com a saúde, principalmente do ponto de vista de problemas respiratórios. Mesmo
que a passagem aumente, seria um aumento válido. Precisamos ter mais
complexidade para entender as coisas. Se a sociedade como um todo abaixar os
gastos com hospitais, os impostos diminuirão, e teremos menos poluição e mais
saúde", explica Buckeridge.
De acordo com os dados levantados pela
Organização Mundial da Saúde, somente na cidade de São Paulo, 4 mil pessoas
morrem a mais por ano vítimas da poluição do ar. Em todo o mundo são 2 milhões
de mortes. Segundo Paulo Saldiva, médico do laboratório de poluição da USP,
essa poluição promove envelhecimento precoce do pulmão, bronquite, enfisema,
câncer de pulmão e mortalidade cardiovascular. "Os bebês vão ter peso
menor quando são gestados em ambientes de maior poluição. O risco de aborto é
maior. Então, a partícula reproduz em pequena escala o que o cigarro faz em
grande escala”, afirma.
Em São Paulo são mais de sete milhões de carros,
motos, ônibus e caminhões que jogam no ar 80% dos poluentes que se acaba
respirando. Além do projeto dos ônibus, outra solução para minimizar os
impactos da poluição seria a extensão do sistema de metrô.
Com informações do G1
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