Estudos do Greenpeace e da ONU mostram mercado crescente para energias
limpas, com países em desenvolvimento liderando a corrida por
investimentos no setor.
Energia renovável não é coisa do futuro. É a realidade do presente.
Para dar cara a esta mudança de rumo, recentes estudos vem mostrando o
crescimento do mercado e dos investimentos de energia no mundo,
revelando que as fontes limpas estão competitivas, especialmente em
países em desenvolvimento.
O Greenpeace na Espanha fez um balanço do mercado dos últimos 40
anos, apelidado de Revolução Silenciosa. Apesar dos combustíveis fósseis
continuarem em aumento, tanto em novas instalações, como em
participação na subida de emissões de gases estufa, eólica e solar foram
as energias que, em ritmo, mais cresceram no mundo nos últimos 10 anos –
em torno de 430 mil MW.
Entre 2000 e 2010, revela o estudo, 26% de todas as centrais
elétricas que surgiram no mundo foram de renováveis, especialmente
eólica. Outros 42% foram térmicas à gás, 2% nuclear e o restante,
térmica. Os 475 mil MW de incremento de energias fósseis no período, 78%
dele na China, contabilizaram um total de 55 milhões de toneladas de
CO2 emitidos no mesmo período.
O avanço das energias limpas no mundo surpreendeu até os mais
otimistas. Em 2007, o Greenpeace Internacional publicou na primeira
edição do relatório Revolução Energética que a potência instalada para
renováveis no mundo até 2010 seria de 156 GW, valor alcançado somente
pelo setor eólico em 2009, comprovando que esta tal revolução já está em
marcha firme.
A ONU acaba de também endossar esta perspectiva. Na edição de 2011 do
estudo Tendências Globais dos Investimentos em Energia Renovável, recém
lançado pela UNEP, os dados mostram que entre 2009 e 2011, os
investimentos em energia limpa subiram 32%.
Chama a atenção o envolvimento de países em desenvolvimento nesta
conta: superaram os investimentos em renováveis dos desenvolvidos no
balanço de 2010, liderados pela mesma vilã das térmicas fósseis, a
China. O vento, entre todas, é a tecnologia mais madura, com
investimentos que somam mais de 94 bilhões de dólares. Solar vem logo
atrás, com 86 bilhões, seguido de biomassa, com 11 bilhões.
No Brasil, os investimentos em renováveis caíram 5% este ano em
relação a 2009, para um total de 6,9 bilhões de dólares, especialmente
por conta da reestruturação do setor sucroalcooleiro, responsável pela
produção de energia por co-geração à biomassa. O país, no entanto, é
visto como um dos de maior potencial para crescimento de mercado para
renováveis do mundo.
O relatório é uma produção do Programa Ambiental da ONU (PNUMA), a
Frankfurt School of Finance and Management, na Alemanha, e o Bloomberg
New Energy Finance.
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