Órgão seria subordinado à ONU; evento acontecerá no ano que vem entre os dias 28 de maio e 6 de junho
Autoridades de países que são alvos de críticas internacionais por causa da forma como tratam a preservação ambiental e o estímulo à economia verde, deverão participar da Conferência Rio+20, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, na área do Porto do Rio de Janeiro. A expectativa, segundo os organizadores, é que a China, Índia e os Estados Unidos enviem emissários do primeiro escalão do governo para os debates. As discussões da cúpula poderão gerar a proposta de criação de um órgão específico internacional para a área ambiental.
O órgão, em estudo, ficará subordinado à Organização das Nações
Unidas (ONU), como ocorre com a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) – que será comandada pelo
brasileiro José Graziano da Silva.
A ideia é que a sede do novo órgão, responsável pela área ambiental,
seja na África. Atualmente só há uma agência da ONU para cuidar do tema,
que é o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja
sede fica no Quênia. Criado em 1972, o programa tem o objetivo de
fortalecer as ações mundiais de desenvolvimento sustentável.
As autoridades brasileiras e estrangeiras, porém, concluíram que é
necessário ampliar os esforços em nível mundial, pois hoje não há uma
definição universal sobre economia verde nem foram estabelecidos os
instrumentos, aceitos de forma global, para o desenvolvimento
sustentável.
Preparativos
Os ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando
Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney (PMDB-AP)
deverão participar de debates que integram a Conferência Rio+20, a
exemplo do que ocorreu em março, durante a visita do presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil.
No almoço oferecido a Obama, no Palácio Itamaraty em Brasília, todos
os ex-presidentes foram convidados. O ex-presidente Itamar Franco
(1992-1994), que morreu no último dia 2, também compareceu e elogiou a
iniciativa da presidenta Dilma Rousseff de convidar seus antecessores
para o almoço. Todos se sentaram à mesma mesa – Fernando Henrique,
Collor, Sarney e Itamar. Lula não esteve presente.
De acordo com os organizadores da Rio+20, o conjunto de medidas
adotadas no Brasil nos últimos anos para incentivar a economia verde, a
preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável resultam das ações
de vários governos, consolidadas na gestão Dilma Rousseff.
No que depender da presidenta, o objetivo da Rio+20 será enfatizar
como alternativa mundial o desenvolvimento da economia verde por meio
de incentivos à melhoria da qualidade de vida das populações,
erradicando a pobreza e estimulando a sustentabilidade. Determinada a
defender essa alternativa, a presidenta passou a associar os programas
de transferência de renda adotados no Brasil e os números positivos da
economia nacional.
Uma das preocupações do governo brasileiro é incluir essa
determinação no documento final, no qual estarão definidas as metas de
desenvolvimento sustentável para as próximas duas décadas e que serão
adotadas por todos os participantes da Rio+20. A ideia é aprovar um
documento como o definido pelas Nações Unidas, em 2000, quando foram
estabelecidas as Metas do Milênio.
No documento Metas do Milênio, da Organização das Nações Unidas
(ONU), os objetivos se concentraram em oito pilares: fim da fome e da
pobreza, educação básica de qualidade para todos, igualdade entre sexos e
valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, melhoria da
saúde das grávidas, combate à aids e à malária, o respeito ao meio
ambiente e incentivo ao trabalho pelo desenvolvimento.
Agência Brasil
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