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By Ferramentas Blog

quarta-feira, 20 de julho de 2011

UE escolhe subsolo como o melhor destino final para o seu lixo nuclear




Pela primeira vez, a União Europeia revelou qual o melhor destino final para os resíduos nucleares dos seus 143 reactores. Contentores debaixo do solo, diz, são a forma mais segura para armazenar os 50 mil metros cúbicos produzidos todos os anos.

“Depois de anos de inacção, pela primeira vez a UE compromete-se com um destino final para os resíduos nucleares”, comentou o comissário europeu da Energia, Guenther Oettinger, em comunicado.

Ontem, o Conselho Europeu adoptou uma Directiva sobre resíduos nucleares, que deverá entrar em vigor em Setembro. Os Estados membros passam, então, a ter de cumprir padrões vinculativos quanto à gestão destes lixos, incluindo repositórios subterrâneos, e a ter de notificar a UE sobre programas detalhados relativamente a quando e como querem construir esses locais. Os países são obrigados a elaborar as suas estratégias até 2015.

Atualmente, os resíduos nucleares da União Europeia (UE) que têm energia nuclear são armazenados em contentores à superfície. Dos 50 mil metros cúbicos gerados por ano, 15 por cento são de perigosidade elevada.

Mas desde o ano passado que esta solução começou a parecer menos perfeita. Aos incêndios que assolaram a Rússia no último Verão – que lançaram receios de atingirem uma central nuclear -, juntou-se a crise de Fukushima, no Japão.

Na verdade, desde que o tsunami varreu a central nuclear japonesa, causando a paragem dos sistemas de arrefecimento e o consequente sobre-aquecimento dos reactores, Oettinger assumiu a segurança nuclear como uma missão para o seu mandato de cinco anos. O primeiro passo foi o arranque, em Junho, de uma série de “testes de resistência” às centrais. O segundo foi a decisão tomada ontem pelos ministros europeus de enterrar os lixos radioactivos.

A equipa do comissário já tinha declarado a sua preferência por “depósitos geológicos profundos”, abertos na rocha a cerca de cem a 700 metros de profundidade.

A Foratom, associação de indústrias europeias do nuclear, concordou com a decisão. “O consenso científico é de que o armazenamento em profundidade representa o destino final mais seguro e sustentável”, comentou Santiago San Antonio, director-geral do organismo.

Já a Greenpeace não ficou muito satisfeita, alegando que a decisão não resolve a questão fundamental da responsabilidade pelos resíduos, a longo prazo.

Exportação de resíduos vai continuar

Outro tema em discussão foi o do transporte de resíduos nucleares entre países. Inicialmente, Oettinger propôs uma moratória total à exportação de lixo radioactivo para outros países, para serem reprocessados. Mas os ministros decidiram que os resíduos poderão continuar a ser enviados para outros países, desde que estes já tenham armazéns geológicos de profundidade.

“De momento, não existem em nenhum lugar do mundo estes repositórios em profundidade, nem nenhum está em construção fora da UE”, declarou a equipa de Oettinger, para responder a receios desta decisão. “É preciso um mínimo de 40 anos para conceber e construir um.”

No início deste ano, a lista de países europeus com centrais nucleares, elaborada pela Sociedade Nuclear Europeia (ENS), era constituída por Espanha (oito), França (58), Reino Unido (19), Bélgica (sete), Holanda (uma), Alemanha (17), República Checa (seis), Eslovénia (uma), Eslováquia (quatro), Suíça (cinco), Suécia (dez), Finlândia (quatro), Hungria (quatro), Bulgária (duas), Roménia (duas).


Helena Geraldes 

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