Participantes do painel apresentaram tendências, oportunidades e desafios para a transição para a nova economia.
Oportunidades e desafios nortearam as discussões sobre mudanças
climáticas e os impactos na nova economia. A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, citou três grandes desafios: o controle do
desmatamento; a definição de planos setoriais com uma agenda convergente
entre as propostas estaduais e federal; e o mercado de carbono. Tasso
Azevedo, consultor em questões de clima, florestas e sustentabilidade,
acrescentou aos desafios citados pela ministra a necessidade de criação
de “um sistema robusto de monitoramento anual das emissões e um modelo
de governança que funcione”.
“Ao contrário da nossa autoimagem, não somos um país próximo à economia de baixo carbono.
Estamos muito longe”, alardeou Tasso Azevedo. Segundo ele, num cenário
em que o mundo emite 50 giga toneladas de gases de efeito estufa, o
Brasil é responsável por dois giga toneladas e deveria chegar em 2050
emitindo 0,4 giga toneladas. Para o consultor, “o desafio é dividir a
conta entre os vários setores”.
“Mudar profundamente os padrões de
produção e consumo talvez seja a solução. As mudanças climáticas
colocam ricos e pobres no mesmo barco e, por isso, cooperar é preciso”,
afirmou Luiz Pinguelli Rosa, representante do Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas.
O painel contou também com a apresentação de
importantes iniciativas para a mitigação das mudanças climáticas. Davi
Canassa, gerente corporativo de sustentabilidade da Votorantim
Industrial, na ocasião representando o Fórum Clima, contou sobre as
reuniões mensais realizadas pelas empresas que assinaram a Carta Aberta
ao Brasil sobre Mudanças Climáticas. Segundo ele, o objetivo do Fórum é
debater, buscar propostas e elevar o tema a um novo patamar. “As
empresas participantes acreditam que o setor empresarial pode contribuir
para a transição para uma economia de baixo carbono”, analisa Canassa.
Paula
Bennati, analista sênior de meio ambiente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), acredita que o Brasil está vivendo um momento muito
importante e pode vir a ser um protagonista internacional. “Não estamos
num momento de elevar custos, nem tributos. Precisamos de mecanismos
mais eficientes para avançarmos na agenda das mudanças climáticas”,
avalia a analista.
“O que é mensurável pode ser mitigado. Neste
sentido, não haverá mitigação de emissões sem gestão, sem diálogo e sem
inovação”, ponderou Bárbara Oliveira, representante do Centro de Estudos
em Sustentabilidade (GVCes-FGV). Mas, acima de tudo, na visão dela, é
preciso pensar além do clima, além das emissões. “Precisamos falar sobre
o modelo de desenvolvimento que queremos”.
A presidente executiva do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS), Marina Grossi, vê com bons olhos o cenário atual: “avançamos
muito desde a COP-15.
Mitos foram derrubados e hoje o Brasil já tem uma
série de iniciativas, como os empregos verdes”. Na mesma linha de
pensamento está a ministra Izabella Teixeira, que acredita que o papel
do setor privado, há 20 anos, era tímido e hoje é fundamental para a
nova economia. “Pelas apresentações que vimos hoje do Fórum Clima, do
CEBDS, da CNI, enfim, podemos dizer que o Brasil tem algo que o resto do
mundo não tem. Agora precisamos de conteúdo para levar à Rio+20 e,
acima de tudo, precisamos começar o movimento pós-Rio+20, ou seja, não
parar no evento em si”, afirmou. A ministra disse ainda que “é preciso
ousadia para avançar no tema das mudanças climáticas”.
por Redação Agência Envolverde,
Nenhum comentário:
Postar um comentário