Incidente, que começou na última quarta-feira (10), é considerado maior vazamento ocorrido no Reino Unido na última década.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
Mais de 216 toneladas, ou 1300 barris, é a quantidade de petróleo
liberada no que é considerado o maior vazamento ocorrido no Reino Unido
nos últimos dez anos. O acidente, que aconteceu na última quarta-feira
(10) no Mar do Norte, só foi divulgado pela Shell, responsável pelo
vazamento, na sexta-feira (12) à noite.
Na última segunda-feira
(15), a companhia declarou que havia restringido o vazamento para menos
de cinco barris por dia, mas nesta terça-feira (16), a petrolífera
divulgou que foi descoberto um segundo foco de liberação de petróleo na
plataforma. E embora a empresa tenha afirmado que o vazamento já estava
sobre controle, a firma admite que essa segunda fenda ainda permite a
saída de uma pequena quantidade de petróleo.
“A fonte do vazamento
permanece a mesma. A fenda inicial foi barrada na quinta-feira, mas o
petróleo encontrou uma segunda vazão para o mar. Desde então estamos
trabalhando para encontrar a fonte desse fluxo muito menor de
hidrocarbonetos”, disse Glen Cayley, diretor técnico da Shell Reino
Unido.
“Isso tem se mostrado difícil porque estamos lidando com
uma infra-estrutura submarina complexa e a posição do pequeno vazamento
está em um local difícil cercado de vida marinha. Então, leva algum
tempo até que nosso ROV [Veículo de Operação Remota] estabeleça
exatamente onde a fonte está”, acrescentou Cayley.
Embora Cayley
alegue que não sabe como o vazamento começou, ele acredita que “agora o
fluxo está vindo de uma válvula de escape adjacente ao vazamento
original e da mesma fonte. Uma vez que confirmarmos isso,
desenvolveremos então uma série de opções de mitigação para parar o
vazamento”.
A Shell garantiu que as ondas e os ventos estavam
dissipando naturalmente ao petróleo liberado, e que este não deve chegar
até a costa, mas reconheceu que o vazamento foi “significante no
contexto da quantidade de petróleo liberada anualmente no Mar do Norte”.
Cayley afirmou ainda que não há evidências de que tenham ocorrido danos
à vida selvagem até agora.
No entanto, ambientalistas alegam que a
empresa não foi transparente em seus relatórios sobre o vazamento. “É
inacreditável que ainda estejamos recebendo poucas informações e que o
vazamento inicialmente ‘insignificante’ da Shell ainda esteja causando
problemas”, protestou Per Fischer, representante de comunicação da ONG
Amigos da Terra – Escócia.
Os manifestantes pedem ainda que o
governo imponha uma moratória em novas licenças para a perfuração e a
extração de petróleo na região. “É altamente preocupante que vazamentos
significantes ainda aconteçam no Mar do Norte e acreditamos que o
governo deveria colocar uma moratória nas licenças para o oeste de
Shetland até que as companhias de petróleo avaliem os riscos e impactos
reais dos acidentes em águas mais profundas e demonstrem que têm
capacidade para lidar com os vazamentos”, sugeriu o Greenpeace.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
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