Mais um assentado do projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em
Nova Ipixuna, no sudoeste do Pará, foi assassinado esta semana. O corpo
foi encontrado neste sábado, na área onde morreram, na terça-feira,
também vítimas de homicídio, os líderes do assentamento - o casal
ambientalista José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da
Silva.
A Polícia Federal (PF), que já investigava a morte do casal por
ordem da presidente Dilma Rousseff, confirmou o novo assassinato, mas
não informou o nome da vítima. Segundo a assessoria de Imprensa da PF,
os agentes que estiveram no local não haviam retornado a Marabá (PA) até
o início da noite.
Trata-se da quarta morte de assentados e agricultores na Região
Norte esta semana: na última sexta-feira, um agricultor foi morto em
Vista Alegre do Abunã, em Rondônia.
O advogado da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, José Batista
Afonso, disse que a vítima encontrada neste sábado é Erenilto Pereira
dos Santos, 25 anos. O advogado afirmou que Erenilto seria uma das
testemunhas que viram os suspeitos de matar o casal, na última
terça-feira. Ele declarou, porém, que não se sabe ainda se o assentado
foi morto pelas mesmas pessoas que atacaram o casal ou se um caso tem
relação com o outro.
- Não temos condições de dizer se foram os mesmos pistoleiros que
mataram ele, mas essa não é uma hipótese descartada. Estamos avaliando
com cautela, mas podemos dizer que qualquer pessoa que tenha informação a
respeito (do assassinato do casal) está hoje numa situação de risco -
disse José Batista, em entrevista por telefone.
O advogado contou que Erenilto estava desaparecido desde
quinta-feira. Preocupados com a falta de notícias, familiares saíram em
sua procura e encontraram o corpo com um tiro na cabeça, segundo o
advogado. A moto usada pelo assentado também foi localizada. A
assessoria da PF informou que o cadáver foi visto por uma equipe do
Ibama que sobrevoava o local.
O advogado disse que Erenilto não chegou a prestar depoimento na
investigação do assassinato do casal. José Batista, que atua como
advogado das famílias de José Claudio e Maria do Espírito Santo,
admitiu que nem ele sabia que o assentado teria visto suspeitos. Na
manhã de terça-feira, após o casal de ambientalistas ter sido morto,
Erenilto trabalhava junto a uma estrada, quando viu passar uma moto. Ele
estava ao lado de um cunhado. Ambos viram o momento em que o motoqueiro
parou para pedir informações.
Em Rondônia, a polícia identificou dois suspeitos pela morte do
líder camponês Adelino Ramos, conhecido por fazer denúncias de extração
ilegal de madeira. Os dois estão foragidos.
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