O projeto recebeu uma
bolsa de 100 mil dólares da Fundação Bill & Melinda Gates, foto: Erik
Hersman
Muita
gente diz a toa que não consegue viver sem celular. Mas nos países mais pobres
do mundo isso não é exagero. A África é o mercado de celulares que mais cresce
no mundo, pois é a única forma de comunicação que chega barata a lugares
remotos. No entanto, centenas de milhares de pessoas não conseguem usufruir do
serviço porque não têm acesso à energia elétrica. Pois um grupo de cientistas
da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard (SEAS, na sigla em
inglês) pode ter uma solução criativa para esse problema: eles estão
desenvolvendo um carregador de bateria capaz de reaproveitar a energia
produzida por microorganismos naturalmente presentes no solo.
Essa
“mágica” é feita a partir de um dispositivo com uma superfície condutora
que captura elétrons liberados durante o processo metabólico dos micróbios. A
tecnologia já vem sendo usada para fornecer energia a lâmpadas do tipo LED em
laboratório há mais de um ano. Se a ideia der realmente certo, o grupo pretende
distribuir algumas baterias na África Subsaariana, como parte do estudo de
campo. Atualmente, mais de 500 milhões de pessoas vivem nessa região sem
energia em suas casas, ainda assim, 22% dos domicílios têm telefones móveis,
cujos donos são obrigados a andar longas distância até as estações de carregamento.
O
plano é que, depois de testados os protótipos, os dispositivos sejam
construídos pela própria população local. Segundo a Dra. Aviva Presser Ainden,
que lidera o projeto, é possível construí-los com materiais simples
disponíveis na região, como telas de janelas e latas de
refrigerante.
A cientista acredita que um equipamento
caseiro completo pode ser montado do zero em apenas alguns
minutos a um custo de menos de um dólar. Simples e barata, a bateria
movida a micróbios seria capaz de recarregar um telefone em até
24 horas.
Agora
é torcer para que a ideia saia dos laboratórios para as casas africanas.
Dinheiro, aparentemente, não será problema: no mês passado o projeto recebeu
uma bolsa de 100 mil dólares da Fundação Bill
& Melinda Gates.
Por
Luana Caires
http://www.oecocidades.com/
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