Foram
consumidas no país cerca de 5,9 mil toneladas de plástico, o que
representa 50% a mais do que há dez anos. l Imagem: Urgabi
Cada brasileiro consome, em média, aproximadamente 30 quilos de
plástico reciclável por ano, segundo a Associação Brasileira da
Indústria Química (Abiquim), o que representa 50% a mais do que há dez
anos.
Os dados foram apresentados na última quinta-feira (7) pela
pesquisadora Lucilene Betega de Paiva em um seminário na Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp). Lucilene trabalha no Instituto de
Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo (IPT) e é especialista em
plásticos.
Em sua participação no seminário, ela falou sobre a importância da
reciclagem desse material. Segundo ela, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) pode ajudar a “transformar um passivo ambiental em uma
fonte de recursos financeiros”.
A PNRS foi o tema central do seminário na Alesp. O evento faz parte
de uma série de debates preparatórios para a 12ª Conferência das
Cidades, promovida pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos
Deputados.
A Conferência das Cidades ocorre todo ano, no segundo semestre. Em
2011, ela está programada para outubro e deve tratar também da PNRS.
A PNRS foi instituída por lei aprovada, sancionada e regulamentada no
ano passado. Ela estabelece regras para a destinação do lixo produzido
no país. De acordo com a PNRS, a reciclagem deve ser priorizada. Já o
lixo não reciclável deve ser levado a aterros sanitários. Os lixões
precisam ser fechados até 2015.
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe), também apresentados no seminário na Alesp,
mostram que o Brasil ainda precisa avançar para cumprir o estabelecido
pela PNRS. Segundo levantamento feito pela entidade em 350 cidades que
concentram quase metade da população urbana brasileira, 42% do lixo do
país não receberam uma destinação adequada no ano passado.
Ao todo, foram 23 milhões de toneladas de lixo levadas para lixões ou
aterros controlados, que não são ambientalmente apropriados. Para
aterro sanitários, em que existem sistemas para evitar contaminação de
água e solo, foram levadas 31 milhões de toneladas de lixo.
O deputado federal Manoel Junior (PMDB-PB), presidente da Comissão de
Desenvolvimento Urbano, disse que a implantação da PNRS é um desafio
para o país. As discussões durante seminários e na Conferência das
Cidades, acrescentou, podem ajudar a adequar a destinação do lixo no
país.
Vinicius Konchinski - Repórter da Agência Brasil
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