O primata foi encontrado entre os rios Guariba e Roosevelt, dois dos mais importantes cursos d'água do noroeste mato-grossense. l Foto: Divulgação / WWF-Brasil
Um novo horizonte se abriu para os estudos de primatas na Amazônia Meridional. Uma nova espécie de primata foi encontrada na Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, no noroeste do Mato Grosso e está sendo submetida a estudos que visam detalhar seu caráter inédito para os mastozólogos e primatólogos do mundo todo. O tombamento foi realizado em maio na coleção científica de mamíferos do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA).
O espécime, pertencente ao gênero Callicebus, conhecido como zogue-zogue, foi coletado durante a Expedição Guariba-Roosevelt, realizada em dezembro de 2010 pelo WWF-Brasil em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema) e a Mapsmut. Na ocasião, nove pesquisadores visitaram quatro unidades de conservação do estado do Mato Grosso para colher subsídios para a redação dos planos de manejo dessas áreas protegidas. O trabalho durou vinte dias e terá seu resultado consolidado ainda este ano, com a publicação oficial dos planos de manejo.
O primata foi encontrado entre os rios Guariba e Roosevelt, dois dos mais importantes cursos d’água do noroeste mato-grossense. O pesquisador responsável pela descoberta, o biólogo Júlio Dalponte, esclareceu que o pequeno primata apresenta características de coloração diferentes das outras espécies de zogue-zogue conhecidas na região. “Este primata tem detalhes na cauda e na cabeça que não foram vistos até agora em outros zogue-zogues originários desta área”, contou.
Júlio explicou que o registro e depósito (tombamento) do animal significa, na prática, sua incorporação à uma coleção cientifica brasileira, no caso, a do Goeldi. “Este é mais um passo neste trabalho de descobrir e catalogar uma nova espécie. Ainda faremos sua descrição e a publicação de estudos mais detalhados sobre ela, mas não há dúvida de que seja uma nova espécie”, contou.
A descrição da espécie, com os estudos sobre suas características físicas e biológicas, deve levar cerca de seis meses para ser concluída. A publicação da descoberta em periódicos especializados pode levar até um ano entre a submissão do trabalho e a aprovação por parte dos comitês editoriais de revistas científicas.
Assim que chegou ao Goeldi, o primata foi classificado seguindo normas internacionais de taxonomia. Os dados biométricos do animal como peso, cor do pelo e comprimento de cauda foram registrados, assim como outras informações sobre sua ocorrência e sobre a coleta – como o pesquisador coletor, o habitat e período da coleta. Amostras de pelos e músculos foram retirados para análises moleculares e todas essas informações serão disponibilizadas futuramente em fichas informatizadas, passíveis de ser consultadas por outros pesquisadores.
“Ao tombar este animal numa coleção idônea, como é o caso do Museu Goeldi, damos um passo importante no sentido de conhecer a fauna do noroeste do Mato Grosso, que ainda hoje é um enorme quebra-cabeças com várias peças ausentes”, explicou Dalponte.
Segundo o coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Mauro Armelin, a descoberta de uma nova espécie de mamífero coloca em evidência a importância das unidades de conservação para a proteção das espécies da flora e fauna e também para a pesquisa científica. “O Brasil é uma país megadiverso e é fundamental a conservação dos ecossistemas e das espécies. Precisamos conhecer mais essa riqueza e promover o uso sustentável dos recursos naturais”, afirmou Armelin.
Lançado em 2010 pela Rede WWF, o relatório Amazônia Viva: uma década de descobertas 1999-2009 mostrou que mais de 1.200 novas espécies de plantas e de animais vertebrados foram descobertas na Amazônia entre 1999 e 2009. Isso significa uma nova espécie a cada três dias. “Ainda há muito o que descobrir”, comentou o engenheiro florestal.
“A perda de habitats naturais continua sendo uma grande ameaça para a biodiversidade brasileira. Por isso, é muito importante a criação e implementação de unidades de conservação com a coleta de informações e elaboração dos planos de manejo. A realização da Expedição Científica Guariba-Roosevelt é uma forma de apoiar a secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso a conservar a riqueza natural do estado”, explicou Armelin.
Fonte: WWF-Brasil
Maior rio subterrâneo do mundo pode estar embaixo do Amazonas
Pesquisadores da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional (ON) do Rio de Janeiro acreditam ter descoberto um rio subterrâneo abaixo da bacia hidrográfica do Amazonas. Há indícios de que o rio, batizado Hamza, seja o maior subterrâneo do mundo.
Segundo Valiya Hamza, indiano líder do estudo, o rio segue o mesmo trajeto do Amazonas, porém a quatro mil metros abaixo do solo. A nascente do Hamza está localizada no Peru, onde ele já é conhecido e exerce papel importante na economia local, auxiliando na agricultura e provendo água para a população.
Quando sai do território peruano, o rio entra no Brasil, pelo Acre e segue em sentido oriental, passando por outras bacias hidrográficas até chegar ao oceano. Os especialistas explicam que o Hamza não é um aquífero, onde as águas permanecem apenas armazenadas, sem movimento, o rio subterrâneo se movimenta e influencia os ambientes por onde passa.
“A água do Hamza segue até 150 km dentro do Atlântico e diminui os níveis de salinidade do mar. É possível identificar este fenômeno devido aos sedimentos que são encontrados na água, característicos de água doce, além da vida marinha existente, com peixes que não sobreviveriam em ambiente de água salgada”, explica o especialista em declaração ao G1.
Para chegar à descoberta, a doutoranda Elizabeth Pimentel, sob coordenação de Hamza, analisou a temperatura da água em poços da Petrobras. A variação, observada entre as décadas de 70 e 80, foi o ponto inicial para a teoria de que o Rio Hamza pode ser o maior subterrâneo do mundo. Outro fator impressionante na descoberta é o fato de que as margens do curso d’água têm 400 km, a mesma distância que separa as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Com informações do G1.
Redação CicloVivo
Google explica investimento em construções verdes
A meta do grupo é criar ambientes saudáveis de trabalho para que os funcionários da empresa sejam capazes de crescer e inovar l Foto: Google
O responsável pelos projetos verdes do Google, Anthony Ravitz, divulgou no blog oficial da empresa como são pensadas e construídas as sedes da multinacional. Na explicação, ele falou de painéis solares, substâncias tóxicas e uso eficiente da água.
De acordo com Ravitz, a meta do grupo é criar ambientes saudáveis de trabalho para que os funcionários da empresa, os chamados de “Googlers”, sejam capazes de crescer e inovar.
Ele diz que tudo “desde o conceito, concepção, construção e operação” é pensado para que os edifícios levem em consideração preservação da natureza e qualidade do ambiente interno.
O conceito de sustentabilidade já começa na escolha do edifício, a empresa prefere restaurar edifícios existentes ao invés de demolir e começar do zero. Além disso, as plantas são flexíveis, podendo ter espaços com funções distintas de acordo com a necessidade.
A empresa evita usar materiais com compostos orgânicos voláteis (COV) e outras toxinas prejudiciais à saúde, nos ambientes internos das edificações. Há também um filtro de ar rigoroso com dois estágios para eliminar partículas e vestígios de COV. Todos esses cuidados são para que os funcionários possam trabalhar em um ambiente melhor e mais saudável.
Quanto ao uso da água, o Google reutiliza dos chuveiros e torneiras em um sistema de tratamento. A água tratada é utilizada na descarga dos toaletes. As torneiras e chuveiros também são eficientes e diminuem o consumo. O aquecimento é feito por meio de um sistema de aquecimento solar.
O Google também investe em sistemas de aquecimento e refrigeração eficientes e projetos de captação de energia alternativa, instalando energia solar por exemplo. Os primeiros painéis solares foram instalados em 2007 com capacidade de produzir 1,6 megawatts de eletricidade limpa e renovável.
Outra medida da empresa é estimular a “competição saudável”. O incentivo é feito através de um programa em que as equipes acumulam pontos, para isso é preciso que se esforcem em desenvolver alternativas verdes para a área de limpeza, uso eficiente de água e novas estratégias de gestão de resíduos. Tais competições acontecem nos escritórios espalhados por todo o mundo. Além disso, existem televisores nos edifícios do Google que mostram, em tempo real, a quantidade de energia e água que está sendo utilizada e poupada.
Ravitz começou a trabalhar no Google em 2006. Desde o início, integra a equipe responsável pela construção dos edifícios levando em consideração a qualidade do ambiente de trabalho que tem relação direta com a produtividade. Com informações da INFO e Google Green Blog.
No vídeo (em inglês) o coordenador explica as ações implantadas pela empresa:
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