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By Ferramentas Blog

domingo, 4 de setembro de 2011

Materiais reciclados ajudam a urbanizar favela no centro de Buenos Aires

 

Ilegalmente instalada entre os maiores pontos turísticos e um dos bairros mais caros de Buenos Aires, a favela Villa 31 tem sido fonte de discussões na capital da Argentina por mais de oito décadas.

Agora, com o apoio de alguns bairros e forte discordância de outros, o governo está liderando um plano de urbanização da área. O projeto utiliza materiais reciclados e trabalho cooperativo para construir novos espaços públicos, serão peças-chave para tornar a área segura e mudar a visão dos moradores.

Plano de fundo: Uma favela na área mais cobiçada de Buenos Aires
 
A capital da Argentina tem lidado com uma situação bastante peculiar há mais de oitenta anos. A Villa 31 é uma favela que fica próxima da estrada de ferro em Retiro, a dois passos da Avenida Alvear, na Recoleta, um dos bairros mais caros da cidade.

Por ser a primeira parada de centenas de novos imigrantes que chegam todos os anos à cidade (de acordo com o governo, 70% dos habitantes da Villa 31 são estrangeiros) e por ficar em terras devolutas, que pertencem tanto à cidade quanto ao país, seu crescimento não pode ser impedido.

Casas precárias de dois e até três andares continuam a ser construídas sem controle de construtoras ou profissionais, sobre solo irregular, o que as coloca em risco constante de desmoronamento.

Dado o fato de que é impossível deter seu crescimento e de que a área é um importante ponto turístico (com a maior rodoviária de viagens domésticas e internacionais, três diferentes estações de trem, muitos shoppings e áreas de turismo próximas), no fim de 2009 o governador local aprovou uma lei de urbanização da favela para incorporá-la como um novo bairro.

Casas ilegais, materiais recicláveis

Com os problemas de orçamento da cidade, retirar fundos dos impostos pagos pelos moradores para melhorar a vida de ocupantes ilegais de terras públicas, geraria grande polêmica. 

Então, para prosseguir com o plano investindo o mínimo possível, o governo local está cuidando da urbanização com materiais recicláveis recolhidos de depósitos de lixo e com cooperativas de moradores da Villa 31.


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Tive a oportunidade de visitar a área, em um passeio organizado pelo governo, e conferir algumas das melhoras que foram feitas nos últimos dois anos.

Assim como em Medellín, a reforma está focada no espaço público. Para evitar que os moradores continuem expandindo as construções para novas áreas, o governo construiu novos campos de futebol e parquinhos para crianças, que acabaram se tornando pontos de encontro. Isso também foi importante para organizar o espaço e fazer com que os moradores respeitassem regras e autoridades.

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A frente das casas foi pintada com tinta isolante para melhorar o visual e aumentar a duração dos materiais, conferindo mais cor ao lugar (similar à La Boca, outra área famosa de Buenos Aires) e proporcionando uma visão mais agradável.

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As ruas sujas foram cobertas com pedras retiradas de ruas e concretadas, o que não agradou muito, já que alguns bairros se orgulhavam das românticas pedrinhas. Os postes de iluminação, cujas bases tiveram de ser trocadas (estragadas pelas “necessidades” dos cachorros), mesmo não sendo mais adequados segundo as determinações da cidade, foram instalados nos espaços públicos.

Outros elementos, como equipamentos públicos descartados e cercas, foram recuperados e instalados em diferentes pontos.

Nas duas fotos abaixo, é possível fazer uma boa comparação entre uma viela que foi reformada e outra que ainda está como antes.
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Um projeto controverso, sem dúvida, mas que permite o nascimento de um novo bairro na cidade, mostrando os gigantescos benefícios e papéis que o verde e os espaços públicos podem gerar. O projeto também é destino de toneladas de materiais valiosos que são jogados em depósitos da cidade.
Ainda falta discutir de que maneira as pessoas que vivem na Villa 31 serão incorporadas ao restante da cidade no que refere ao pagamento de impostos e posse de propriedades.


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